LIBERDADE PARA OBEDECER


Introdução – vimos nos últimos domingos a série de pregações que o Pastor Hugo Freitas nos trouxe sobre o tema “Não estamos aqui por acaso”. Foram oito reflexões: 
·      Tudo começa com Deus
·      Você não é um acidente
·      O que dirige sua vida?
·      Uma vida com propósitos
·      Criado para ser eterno
·      Enxergando a vida do ponto de vista de Deus
·      A razão de tudo
·      Cumprindo o propósito de Deus em nós.
Inspirado nesse tema e que Deus tem e mantém um propósito para nós, individualmente e como seu povo, quero refletir com os irmãos e irmãs, no âmbito de que o propósito de Deus se cumpra em nós e através de nós, sobre o tema que intitulei
LIBERDADE PARA OBEDECER
Geralmente, no sentido humano ter liberdade é poder fazer o que se tem vontade, sem precisar dar conta pra ninguém.  Então o título parece um tanto contraditório, não é verdade? Como, liberdade para obedecer?
Quero que você se imagine encontrando uma pessoa, que lhe parece simpática. Você lhe diz: “Olha, gostaria muito de ser seu amigo (ou amiga)”; e ele lhe respondesse: “Tudo bem, mas, tem uma condição, para ser meu amigo você terá que obedecer a tudo o que eu lhe mandar”.  Por certo você reagiria assim: “Que sujeitinho petulante, autoritário, que cara chato, me decepcionei com ele”.

Bem, vamos recordar algumas das formas com que Jesus se relaciona com seus discípulos.  Certa vez disse:
 “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando”. (João 15:14)
Será que Jesus estava sendo autoritário, pretencioso, mandão? Claro que não!

Na verdade, o AMIGO JESUS é o que ama, orienta. Quem já não teve um amigo que lhe disse “vai por mim, faça o que estou falando e você vai ver que é o certo”. Pedro, João, Lázaro e outros eram amigos de Jesus.  Abraão também foi considerado o amigo de Deus. 
Na verdade Jesus, dentro dos propósitos que Deus lhe estipulou, assumiu vários papéis para nos resgatar e nos reconduzir à condição de dignidade, à salvação.



 JESUS, NOSSO IRMÃO MAIS VELHO

Além de Amigo, Jesus é também nosso irmão, pois somos filhos adotados por Deus, na expressão do apóstolo Paulo. Por isso, filhos desejados, filhos escolhidos.

“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. (Ef 1:4-5)

“E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo. (Gl 4:6-7)

Como filhos, não somos mais servos, não estamos mais debaixo de dominação, não somos mais escravos.  A verdade revelada nos liberta, nos torna livres para decidir, para escolher um novo rumo em nossas vidas.

Então queridos, veja que Deus nos deu um irmão mais velho, que está sempre disposto a nos socorrer, a ser nosso advogado, a entrar na nossa defesa e mais que isso, provar que cada um de nós pode ter a certeza de que não está sozinho. E, também, que em qualquer das circunstâncias ou necessidades, sempre teremos como pedir a orientação de nosso irmão mais velho!


JESUS: O MESTRE

Além de amigo, irmão mais velho, Jesus é também nosso Mestre. Os discípulos o chamavam assim. Por isso, certa vez Ele disse:

 “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem; porque eu o sou”. (Jo 13.13) 

No Novo Testamento, Jesus foi reconhecido como Mestre porque destinou parte do seu ministério ao ensino. Os que o ouviam,

“Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. (Mc 1.22).

O que diferenciava o ensinamento de Jesus era sua prática. Seu olhar, o toque curador sobre as pessoas, marcava por onde estivesse. Quando ensinava partia da prática para os princípios. Seus ensinamentos eram baseados na verdade. O Mestre Jesus ensinava com seu exemplo de vida (Jo 11.14).

Então, nosso amigo Jesus é também nosso Mestre, que conhece a verdade de forma completa, plena, com toda a autoridade.  É um privilégio e uma honra tê-lo como amigo, irmão mais velho e mestre, e obedecer ao que nos manda, pois o discernimento que nos dá, testifica que tudo o que Ele nos manda é para o nosso próprio bem.


SE JESUS É MESTRE, SOMOS DISCÍPULOS
Nós também, quando aceitamos ao Senhor Jesus, assumimos as formas de relacionamento com Ele, ou seja: amigo, irmão adotivo e discípulo. Vamos nos ater ao nosso papel de discípulos.
Quando entendemos a verdade revelada, assumimos nossa liberdade e com ela escolhemos obedecer aos mandamentos do Senhor Jesus, tornando-nos seus discípulos.
Mas, o que é um discípulo? Há várias maneiras de explicar:
·      Discípulo é aquele que ouve, crê e pratica tudo o que a bíblia ensina sobre a vida.
·      Discípulo é aquele que luta contra o pecado e ama a obediência ao Senhor acima de todas as coisas.

O irmão John F Mcarthur Jr resume dizendo:

Discípulos são pessoas que creem, cuja fé os leva a obedecer a tudo o que Jesus ordenou. Quem não quer pagar este preço não pode ser discípulo. O Discípulo está comprometido, por toda a sua vida, em total submissão e obediência. Quando peca pede perdão e segue firme, sempre procurando agradar a Deus. A fé não é um experimento, e, sim, um compromisso vitalício. [Muitas vezes] um doloroso rompimento de nossos laços com o mundo.


O verdadeiro discípulo, poderíamos dizer, é aquele que reconheceu a sua vida de dependência de Deus, foi batizado, tem se submetido ao Senhorio de Jesus, obedecendo-o e agradando-o em toda a sua vida. É aquele que luta contra o pecado, ama a justiça, não se identifica com o mundo, vive em plena harmonia com a igreja, se submete a conselhos, reconhece autoridades delegadas na igreja e busca, em sua vida prática, no dia-a-dia, ter um caráter semelhante a Cristo.

O DISCÍPULO E A FRUTIFICAÇÃO
Para entender melhor o que significa “frutificação” vale a pena considerar as formas com que uma pessoa se relaciona com a Palavra de Deus. Vejamos estas ilustrações:


  

A água sempre foi tomada como símbolo da Palavra, a fonte a jorrar vida para os que aceitam seus ensinos e mandamentos. A pedra colocada na água vai molhar a sua superfície, mas a água não penetra seu interior. significa a pessoa que tem contato com a Palavra de Deus, conhece-a, mas não se quebranta, mantém o coração duro, inflexível. O giz, colocado na água, enche-se de água e o mantém internamente. Representa o convertido que aceita a Palavra de Deus para sí, mas não comunga com outras pessoas. Já a esponja colocada na água, enche-se dela e quando a tocamos molhamos nossa mãos. Ela significa o convertido, o crente que enche-se da Palavra como benção para sua vida e a compartilha com os que com ele se relacionam, abençoando-os também.
O discípulo de Jesus Cristo não é um ser passivo, que apenas consome as bênçãos, mas alguém que, por ser abençoado, produz e compartilha muitas coisas boas para o reino de Deus – são os seus frutos.
“Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades, e deis frutos; e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (João 15:16)
O que é fruto?
"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio..." (Gl 5:22-23)
A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo no momento em que creem em Jesus Cristo (Rm 8:9; 1Co 12:13; Ef 1:13-14). Um dos propósitos principais do Espírito Santo, ao entrar na vida de um Cristão, é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo nos fazer cada vez mais parecidos com Cristo.

Os frutos que emanam de um discípulo, pelo poder com que foi revestido pelo Espírito Santo (At 1:8), são completamente diferentes dos frutos que emanavam naturalmente de sua condição humana e pecaminosa, como:
“... prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas”. (Gl 5:19-21).

Por isso o discípulo precisa se preocupar e se capacitar continuamente para produzir os frutos espirituais que dele o Senhor e o corpo de Cristo esperam.
Você, como discípulo, sempre inconformado com este mundo, deve orar e pedir ajuda para fazer as mudanças em seu caráter e em sua vida. Deve também estudar a Palavra, para buscar nela a revelação e o ensino de Deus para a sua vida. Lembre-se que Deus tem algo novo e muito importante para você.
Se você prestar atenção na lista dos frutos do espírito, verá que esses frutos vão abençoar alguém com quem você está se relacionando.  O Fruto não é uma “curtição” individual, exclusivista, mas sempre voltada para o outro.  Por isto, o relacionamento é o caminho da frutificação; da completude de um autêntico e obediente discipulado.
Observe que um dos frutos do Espírito é o amor. O amor só existe em relação a alguém.  Como o Espírito Santo quer nos fazer parecidos com Cristo, que materializou o grande amor de Deus para conosco, esse mesmo amor precisa brotar em nossos corações em relação aos outros. Jesus disse:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho , e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado ....” (Mt 28:19-20)

FAZER DISCÍPULOS – UMA ORDEM INDIVIDUAL E COLETIVA
Neste contexto de frutificação inclui-se a ordem de Jesus para que façamos discípulos.



Note que Ele disse aos discípulos “fazei”, portanto é uma ordem individual e coletiva, para você e para o Corpo de Cristo, a Igreja.

A seara é grande e poucos os agricultores “Ide . . . e fazei discípulos”



As ações de Deus são sempre compartilhadas. Começando em Gênesis quando disse “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” dava o exemplo do agir conjuntamente.  Esta é a missão da igreja, do Corpo de Cristo, a união dos discípulos para ajudar ao Senhor no propósito de resgatar os que se desgarraram pelo pecado. Esta estratégia está nos eternos propósitos de Deus.
Mas, lembre-se: Ninguém pode gerar discípulos e cuidar deles se não cultivar os outros frutos do Espírito. Não é como ir a uma academia para melhorar nossa condição física e a saúde. Cultivar os frutos do Espírito é consolidar a maturidade espiritual, como discípulo; é sentir e tomar posse de que tem total liberdade para obedecer.
É ter a convicção de que a verdade que aprendemos com nosso Amigo, Irmão mais velho, e Mestre, nos dá essa liberdade espiritual e que obedecer e nos tornar discípulos é o melhor caminho para o nosso crescimento espiritual e para os relacionamentos com outras pessoas.

É, em suma, sermos cotidianamente instruídos a uma perfeita comunhão com o Espírito Santo, de modo a termos o ensino e as revelações que nos trarão maturidade e poder (At 1:8) para gerarmos os frutos espirituais que nos conduzem a sentir o mesmo amor que Deus teve pelos pecadores e nos mover em sua direção para testemunhar e, assim, ajudar o Senhor a resgatá-los.

Amém!!!
Davi F. Barros


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