O REFORMADOR DA HUMANIDADE
SÉRIE: 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE:
DESCULPE O TRANSTORNO, ESTAMOS EM OBRAS!
Mensagem
3. Jesus, o Reformador da humanidade.
Texto-base: João 3.16-21
Existe uma frase bem comum entre nós que é: “ninguém muda
ninguém”.
De fato, preciso, até certo ponto, concordar de nossa
incapacidade de mudar as pessoas, mas isto não pode ser uma desculpa para não
investir nas mudanças necessárias na vida das pessoas. Pois se eu concordasse
integralmente com esta frase, não poderia pregar o evangelho que nos chama à
mudança, à transformação de nós mesmos para sermos como Deus deseja que
sejamos. Assim, eu posso até não mudar ninguém, mas posso apresentar quem pode,
Jesus pode. E esta foi a grande obra de Cristo, reformar a humanidade.
Percebemos em toda Bíblia que a ação de Deus no mundo sempre
é movida por seu amor e Jesus ao vir ao mundo, motivado pelo amor, inicia um
processo de reforma em toda humanidade. Gostaria de compartilhar 3 pontos – uma
condição, um método e uma necessidade – da reforma que Jesus Cristo realiza em
toda humanidade.
Uma
condição: Renúncia.
Jesus renunciou sua glória, sua divindade, seu conforto para
vir ao mundo cumprir sua missão.
A cruz é o maior símbolo da renúncia de Cristo e nós somos
chamados a tomar nossa cruz se quiser seguí-lo.
Enquanto nossos projetos estiverem à frente dos projetos de
Deus, jamais seremos capazes de realizar uma reforma em nós mesmos ou no
ambiente à nossa volta.
Um
método: Discípulos.
A palavra método vem da junção grega de duas palavras: meta + hodós, que quer dizer “no
caminho”. Assim, o caminho que Jesus seguiu e nos deixou para sua reforma foi
fazer discípulos.
É interessante que quando Jesus está orando por seus
discípulos em João 17, ele diz no v.4 “Eu te glorifiquei na terra, consumando
a obra que me confiaste para fazer”. Vemos que Jesus tinha uma obra a fazer com
sua vida e outra com sua morte. A morte de Jesus foi o sacrifício suficiente
para o perdão e libertação de nossos pecados, mas com sua vida ele fez
discípulos.
Se Jesus tivesse apenas curado,
libertado e dado algumas aulas para a multidão que o seguia, seu ministério
teria se encerrado com sua morte, mas porque ele fez discípulos a sua reforma
teve sequência.
E o que temos feito diante disto?
Estamos dando sequência ao processo iniciado por Jesus fazendo discípulos? Esta
ordem de Jesus a nós é clara em Mt 28.19: Fazei discípulos.
A igreja não muda o mundo quando gera convertidos, mas
quando gera discípulos.
Uma
necessidade: Reformar a Religião.
Religião é um termo que vem do latim e em sentido original
significa “religar”.
A religião judaica da época de Jesus estava morta em suas
doutrinas e costumes. Tradicionalistas religiosos exploravam o povo em nome de
Deus e o que deveria ser um espaço de ligação com Deus se tornou um ambiente
cruel, frio, com cara de religião, mas sem seu poder levar as pessoas a Deus.
O templo se tornou um lugar de exploração. As pessoas só
podiam sacrificar os animais que eram vendidos no templo por um preço muito
maior que os de fora e para isso precisavam trocar seu dinheiro pela moeda do
templo. Obviamente, neste câmbio havia muita exploração e por isso Jesus
expulsa os cambistas do templo.
O sábado que foi o descanso instituído por Deus se tornou um
tempo de opressão, peso, julgamento e condenação. Os fariseus chegaram a
definir a quantidade de passos que uma pessoa poderia dar no sábado sem ser
pecado.
Se nossa religião não religar as pessoas a Deus, algo está
profundamente errado conosco. Ao reformar a religião, Jesus está indo além do
íntimo do ser humano, mas denuncia o erro daqueles que se organizam para viver
com Deus e apresenta-lo às pessoas.
John Wesley disse
“Não tenho medo
de que o povo chamado metodista, um dia deixe de existir, tanto na Europa como
na América, mas tenho medo de que exista somente como uma seita morta, tendo a
forma de religião sem o poder”.
Ao reformar a religião Jesus
reforma:
a. Como
nos relacionamos com Deus;
A visão que Jesus traz de Deus é de alguém próximo, que vem
a nós e deseja nos chamar de amigos e não de servos (Jo 15.15). Um Deus
perdoador, amoroso, misericordioso, um Deus que é Pai.
b. Como
nos relacionamos com nós mesmos;
Uma das grandes perguntas da humanidade é: Quem sou eu?
Temos dificuldade para responder esta pergunta e acabamos respondendo nosso
nome, nossa profissão, RG, CPF e nosso endereço. Creio que de fato somos a
construção de tudo isto, somos a nossa história, mas estes dados não são suficientes
para nos responder existencialmente “Quem sou”, pois esta pergunta se liga a
outra também difícil: “porque estou aqui?”. Estas difíceis perguntas só podem
ser respondidas existencialmente em Deus, o criador de nossa vida.
Em Deus eu sei quem sou! Não estou perdido nem abandonado,
sou filho de Deus (Jo 1.12), herdeiro de todas as suas promessas (Rm 8.17) e
não ando sozinho porque Ele está comigo todos os dias (Mt 28.20). E nEle tenho
o meu propósito de vida.
c. Como
nos relacionamos com o próximo.
Muitos se lembram da citação de Jesus ao texto de Lv 19.18:
“amarás o teu próximo como a ti mesmo” enquanto respondia à pergunta: qual é o maior
dos mandamentos? Mas o novo mandamento que Jesus nos dá é diferente um muito
mais profundo. Veja Jo 13:34 Novo
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que
também vos ameis uns aos outros.
Nossa relação com as pessoas que estão ao nosso redor não
deve mais ser guiada pelo amor que temos por nós, mas pelo amor que Cristo nos
amou. Um amor que renuncia, que vai ao encontro do outro porque ama e não
consegue ser indiferente à sua dor, angústia e sofrimento.
Sejamos obedientes ao exemplo de Cristo que nos chama à
renúncia de nós mesmos para viver os planos de Deus, que possamos ser
reformados para reformar o ambiente à nossa volta. Viva plenamente a tua
relação com Deus, contigo mesmo e com as pessoas à tua volta.
Que Deus nos abençoe!
De seu amigo e pastor,
Hugo G. Freitas
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