O FATOR CONFIANÇA

SÉRIE: ENRAIZADOS[1]

Mensagem 4: O fator Confiança

Texto-base: Salmo 18.1-7

Existe um teste de confiança onde a pessoa fica de costas para a outra e deixa seu corpo cair confiando que a outra irá segurá-la, você confiaria de fazer este teste?

Um fator crucial para sermos bem-sucedidos no processo de frutificação para o qual Deus nos chama é a CONFIANÇA. Tudo que fazemos para evitar cooperar com Deus é um ato de desconfiança. Sempre que cobiçamos o processo de outra pessoa, resistimos às lições de Deus, pulamos ou aceleramos fases, nós estamos dizendo: Eu não confio muito em ti, Deus!

Confiança é o que Deus mais busca enquanto desenvolve nosso sistema de raízes. É exatamente o que ele está construindo com o processo e o que nos levará adiante. Lembre-se de Pedro que foi chamado para andar sobre as águas com Jesus e até começou confiando, mas logo passou a desconfiar ao olhar para o vento e para as ondas, então começou a afundar (Mt 14.22-32).

A confiança possui 2 elementos básicos: intimidade e dependência. É isso que Jesus queria ensinar quando nos mandou permanecer nele assim como Ele permanece no Pai. Ele quer que desenvolvamos a habilidade de andar em profunda e contínua intimidade com Ele e que dependamos Dele enquanto nos treina e capacita-nos a sermos parceiros confiáveis do seu trabalho aqui na terra.

A forma como Deus faz isto, é perguntando-nos repetidamente: Você confia em mim? E todas as vezes que dizemos: Eu confio em Ti, nossas raízes crescem. E para gerar isto ele usa de pequenos testes em nossas vidas.

A jornada de Davi para construir esta confiança em Deus começou ainda muito novo quando cuidava das ovelhas de seu pai. Ele já era um adorador e um músico talentoso nesta época porque em um momento que o rei Saul estava sendo atormentado por um espírito maligno, chamaram Davi para tocar para ele se acalmar. Veja o que falaram de Davi: Conheço um filho de Jessé, de Belém, que sabe tocar harpa. É um guerreiro valente, sabe falar bem, tem boa aparência e o Senhor está com ele. 1Sm 16.18

E quando Davi se colocou à disposição do rei para enfrentar o gigante veja a conversa deles em 1Sm 17.33-37:

³³Respondeu Saul: “Você não tem condições de lutar contra esse filisteu; você é apenas um rapaz, e ele é um guerreiro desde a mocidade”.

³⁴Davi, entretanto, disse a Saul: “Teu servo toma conta das ovelhas de seu pai. Quando aparece um leão ou um urso e leva uma ovelha do rebanho, ³⁵eu vou atrás dele, dou-lhe golpes e livro a ovelha de sua boca. Quando se vira contra mim, eu o pego pela juba e lhe dou golpes até matá-lo. ³⁶Teu servo pôde matar um leão e um urso; esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo. ³⁷O Senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu”.

Perceba como Davi foi crescendo em confiança diante de Deus por causa da intimidade que gerou por meio da adoração e da dependência em momentos de matar um leão, um urso e até um gigante, inimigos cada vez maiores.

A confiança que Deus mais quer de nós, é o que o inimigo mais ataca. Toda batalha espiritual tem no centro a confiança em Deus. E desde o Éden o inimigo tenta:

1.  Fazer os filhos de Deus duvidarem da confiabilidade de Deus.

O inimigo tenta nos convencer de que Deus está retendo algo bom de nós ou que está falhando em nos proteger. Ele descobre nossos maiores medos e usa nossas áreas de vulnerabilidade para semear desconfiança em nossos corações. Toda vez que passamos por uma dor, decepção, perda ou medo, ele nos diz que Deus nos abandonou.

2.  Fazer os filhos de Deus confiarem em algo que não seja Deus.

O diabo tenta incessantemente fazer com que não confiemos em Deus, que façamos justiça com as nossas próprias mãos, que nos coloquemos no trono de nossas vidas e finalmente venhamos a nos autodestruir.

Davi já tinha experiências de profunda adoração a Deus que trazem intimidade, mas também de profunda dependência Dele. Veja o Salmo de Davi 9.10: Os que conhecem o teu nome confiam em ti, pois tu, Senhor, jamais abandonas os que te buscam. O nome para o judeu era algo muito precioso que mais que uma identificação, revelava o caráter da pessoa. Assim conhecer o nome de Deus significa conhece-lo pessoalmente e sua natureza, seu caráter, o que nos ajuda a desenvolver a confiança.

Vejamos alguns aspectos do caráter de Deus:

a)  Deus não mente. Ele é fiel.

 Tt 1.2: fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos. 

Temos dificuldade em entender que Deus não mente, porque somos mentirosos, enganamos a nós mesmo e a aos outros e transferimos isto para Deus. Inconscientemente pensamos que Deus está nos deixando correr atrás de suas promessas apenas para nos ver desesperados e no fim ele já sabe que não dará em nada. Uma das grandes disciplinas da confiança é fazer nossa mente se alinhar à Palavra de Deus e crer que aquele que faz a promessa, não mente.

Veja a exortação que Moisés dá ao povo na transição de sua liderança para Josué:

Dt 31.6: Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa delas, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará”.

b)  Deus é bom e é amor.

Muitos cresceram com a imagem de um Deus irado e decepcionado e por isso tem dificuldades de perceber que ele é incondicionalmente bondoso e amoroso.

Sl 13.5: Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação.

Deus te colocará em muitas situações para desenvolver a sua confiança nele e em outras situações você mesmo terá se metido, mas ambas podem te levar a imaginar se Deus está ao menos por perto. Mas creia: Não há um só lugar em que Ele não esteja com você, nem coisa alguma que você possa dizer ou fazer que Ele não saiba, Ele te conhece melhor que você mesmo e por isso você pode confiar em Deus!

Que Deus nos abençoe,

De seu amigo e pastor,

Hugo G. Freitas

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[1] Todas as mensagens desta série são baseadas no livro: LIEBSCHER, Banning. Enraizado: os lugares escondidos onde Deus desenvolve você. São José dos Campos: Ed. Inspire, 267 p., 2017.