Lição 03 - ALGUNS TÓPICOS IMPORTANTES



O CRISTÃO E O DINHEIRO
Orientações à luz da palavra de Deus

Lição Nº 03
ALGUNS TÓPICOS IMPORTANTES
A escassez de dinheiro é um castigo ou prova?
A escassez de dinheiro pode ocorrer na vida de uma pessoa ou família por muitas razões. Seria imprudente e mesmo injusto dizer que uma família em dificuldade financeira está sofrendo um castigo, ou que Deus a está provando. O jogo econômico num país pode gerar tanto oportunidades de trabalho para as famílias, como pode favorecer umas em detrimento de outras, gerando distorções sociais que são injustas e causam sofrimento para muitas pessoas. Mas, há situações em que o estado financeiro de uma pessoa ou família é resultado de suas próprias decisões.  Por exemplo, comprar um carro novo quando outras prioridades estão presentes.

Muitas decisões ou omissões de uma pessoa podem levá-la a uma situação de falta de dinheiro para atender à sua sobrevivência e a de sua família.  A situação, neste caso, é uma consequência que irá provocar sofrimento,  que exigirá um esforço da própria pessoa em superar o momento difícil ou receber ajuda para sair da escassez financeira.

Em lidando com nossa liberdade de decisão, Deus sempre se aproveita da oportunidade para tentar nosso resgate e restauração, quer nos convencendo a nos reaproximar Dele, ou mostrando caminhos mais acertados a buscar, ou para lapidar o nosso caráter.

 Quando o dinheiro é insuficiente
O que é a provisão sobrenatural de Deus e por que devo confiar nela?
Bem, você estará pensando que seu problema financeiro é que não tem dinheiro suficiente. Geralmente se ouve: “eu sei que dinheiro não resolverá todos os meus problemas, mas estou certo de que ele ajuda”. Excetuando motivos de força maior, determinados pela conjuntura do país, quando uma pessoa ou casal está lutando com dificuldades financeiras, isto frequentemente significa que seus esforços estão sendo feitos na direção errada e, ultimamente, seus corações estão no lugar errado.
Por que razão Deus permite que os meios sejam insuficientes (falta de fundos)?  Você diria: Ele está testando a minha fé. Se a conta chegou e não há dinheiro para pagar, o que está acontecendo?
 Possíveis respostas:
- O dinheiro foi providenciado, mas foi mal gasto;
- Há pecado em andamento;
- Há desorganização no manejo do dinheiro.
É preciso compreender que Deus é capaz de prover o dinheiro, quando a conta precisa ser paga. Alguém já disse que: “O trabalho de Deus, feito à maneira de Deus, não terá falta de sustento financeiro. Deus é tão capaz de providenciar os meios antes como depois, e Ele prefere fazê-lo assim.

“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.”(Jó 42:2)
Assim sendo, se a conta venceu e a pessoa não tem dinheiro, então Deus não está provando sua fé. Há outro objetivo que Ele deseja realizar, ensinar ou mostrar. Você precisa descobrir qual é.
Qual o principal alvo da sabedoria financeira de uma pessoa?
Experimentando a provisão sobrenatural de Deus
A provisão sobrenatural de Deus, para os que estão inseridos no seu plano, é a resposta de que o Seu plano não pode ser frustrado. Neste sentido Deus provê exatamente a quantia necessária, na hora certa, o que resulta em glória para Ele e resgate de Seu filho em apuros.

Para ter sabedoria e inteligência em  cumprir os compromissos financeiros é preciso compreender de que é suficiente possuir apenas o que é essencial, ou aquilo que Deus quer que você tenha.
Ter a sabedoria como alvo na vida (Pv 4:7;17:24) e ver a vida (inclusive a financeira) do ponto de vista de Deus, mudará seus conceitos do que realmente é importante. Neste sentido, quando alguém já tem ou está adquirindo bens, entenderá que eles são apenas um meio de cumprir o propósito de Deus em sua vida, ao mesmo tempo em que deve procurar descobrir o propósito divino quando houver aumento de sua renda.
Nessa sabedoria deve lembrar-se que Deus não desperdiça nada. Deus tem muita gente pra cuidar, por isso não está preocupado em lhe fazer rico, mas apenas que você cumpra o Seu propósito para a sua vida (individual ou casal). Por outro lado Deus deseja realizar o máximo com o tanto que lhe deu. (lembre-se da parábola dos talentos).
Tenho a obrigação de ofertar o dízimo do que ganho?
O compromisso do dízimo: ofertando a Deus

Em primeiro lugar é preciso salientar que nossa relação com Deus é baseada no princípio da liberdade. Em amor Deus nos ofereceu a salvação e aguarda nossa livre decisão de aceitar a Jesus como nosso salvador. Quando decidimos por Jesus, em amor e fé assumimos uma série de compromissos que nos conduzem à maturidade em direção à perfeição humana, tão desejada por Deus e por nós.  Assim, devemos saber que no reino de Deus nada é imposto, e que o amor em nós infundido pelo amor de Deus é que nos move para caminhos de excelência no relacionamento com Ele e com o próximo. Por isto, a orientação de ofertar o dízimo é parte desse conjunto relacional e de vivência no reino de Deus. Encarar isto como obrigatório pode ser uma imaturidade espiritual.
Neste contexto relacional com Deus, como cristãos, nossa primeira prioridade financeira, como em qualquer outra área de nossa vida, deve ser Deus e Seu trabalho.  O problema de administrar todas as nossas bênçãos, inclusive nossas finanças, é muito importante para Deus. Definir uma parte para ofertar a Deus, ou seja, o dízimo que a Bíblia nos ensina é um excelente começo. Deve ser calculado sobre o salário bruto, menos os descontos legais; ou no caso de um empresário, sobre os ganhos, depois de descontados os impostos.


ar pensando: “Como é possível fazer isso se estou com dificuldade para cumprir minhas necessidades mínimas? Eu pensei que você ia nos dizer como sair do meu problema financeiro e não fazê-lo pior!”

Por que ofertar o dízimo é uma questão espiritual?
Se me permite, com toda a humildade diante de Deus e de você, quero dar um testemunho pessoal de como o compromisso do dízimo foi uma benção em minha vida. Tinha 19 anos e apenas começado o 2º grau nos estudos, um pai com quem não podia contar e a mãe com câncer. Já namorava a minha Lurdinha, então com 17 anos (minha esposa há mais de 50 anos).
Não tínhamos nenhuma condição, mas queríamos nos casar.  Fui um dia, à noitinha, a um terreno baldio e olhando a cidade orei ao Senhor pedindo que me desse um emprego, pois eu precisava trabalhar e constituir meu lar.  Nessa oração prometi que seria um dizimista.
Deus fez prova de mim ao me dar um emprego, de auxiliar de tipografia, sem registro em carteira, com bem menos que o salário mínimo. Comecei a ofertar o dízimo, e ainda vivia na casa de meus pais.  Três meses depois, ganhei um novo emprego, nas Lojas Brasileiras (comércio de produtos diversos), agora com registro em carteira e o salário mínimo. O dízimo melhorou. Seis meses depois ganhei um novo emprego, no Banco Federal de Crédito (atual Banco Itaú), ainda salário mínimo e serviço externo de entrega de documentos.
Recomecei meus estudos de segundo grau à noite.  Três anos e meio depois, era subcontador da agência bancária. O dízimo aumentou. Nessa ocasião, passei no concurso e entrei no Banco do Brasil, onde trabalhei em três cidades (Campo Grande, Promissão e Piracicaba), por 13 anos. Nesse período terminei o 2º grau e fiz o curso superior de graduação em Direito. O dízimo de início diminuiu e depois foi melhorando.
Então fui convidado a vir para a Universidade Metodista de Piracicaba e daí em diante fiz carreira universitária. Consegui uma bolsa da Capes (Governo Federal) para fazer doutorado (PhD) nos EUA. Lá fomos nós com quatro filhos pequenos.  Até faxina de casas Lurdinha e eu fizemos para complementar o valor da bolsa de estudos. Deus nos abençoou, pois pude desempenhar vários cargos, além de professor, na carreira universitária, sendo Reitor de duas Universidades e um Centro Universitário, na Rede Metodista. 
Hoje, nós dois setentões, temos a benção de dizimar também o nosso tempo, com trabalhos voluntários no Lar Betel (que cuida de idosos) e na amada Igreja Metodista.
Destaco estas bênçãos: Nessa carreira, nunca estive desempregado; nunca negociei salário ou pedi aumento, sempre recebi o que me propuseram; sempre fiz coisas que me desafiaram de forma agradável e positiva, apesar de muitos problemas enfrentados. Nunca fui tentado pela ganância. Muitos erros sim, muitos perdões e muita misericórdia de Deus, e a benção maior de estar no seio da Sua Igreja.

O que Deus quer provar com nossa fidelidade no dízimo?
Posso testemunhar que quando o ganho é com o “suor do rosto” até o lazer, as férias e o divertimento são abençoados. Ainda, embora o dízimo numericamente tenha aumentado e diminuído por algumas vezes, para o Senhor dízimo é dízimo, um compromisso, que não se mede por valores financeiros. Tenho certeza que meu testemunho confirma veementemente a promessa de Deus:
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento em minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” (Ml 3:10)
Mais apropriadamente as pessoas que ofertam o dízimo não saem por aí falando disso pra todo mundo.  Mas, nunca ouvi uma pessoa dizer que sua vida começou a piorar financeiramente depois que decidiu a ofertar o dízimo. Ao contrário, pessoas que ofertam o dízimo parecem estar melhores do que os que não o fazem. Este é um dos muitos mistérios acerca de como Deus trabalha. Se Deus não precisa de nosso dinheiro, o compromisso com o dízimo é uma demonstração de fé e dependência de Deus e de sua provisão sobrenatural, sempre presente em qualquer tribulação.
Se você esperar até que suas necessidades e desejos sejam atingidos antes de começar a ofertar, isto nunca acontecerá. A verdade é que nunca haverá suficiente para ofertar. Sem o sentido de submissão e compromisso com Deus, os fatos mostram que quanto mais a pessoa ganha menos ela provavelmente ofertará.
Se você decidir seguir este plano simples e começar, de forma inteligente e constante oração, a ofertar o seu dízimo, tenho certeza que sua vida como um todo e em especial sua situação financeira vai melhorar. Mais importante ainda, seu compromisso e comunhão com Deus passará a ser grande alegria em sua vida. Faça o teste e prove o Senhor e avalie, depois de alguns meses, o que estará acontecendo na sua vida e na área financeira.
Deus considera o dízimo uma questão tão importante que o estabeleceu 400 anos antes mesmo da lei ter sido dada ao povo por intermédio de Moisés (Gn 14:20). É interessante notar que o conceito de dízimo foi ensinado a Abraão, um homem de fé, antes que a Moisés, o homem da lei. Dar a Deus o dízimo e as primícias é uma excelente forma de reconhecimento de que tudo pertence a Ele. (Ml 3:10; Pv. 3:9-10; 19:17; Mt. 23:23). O dízimo foi reafirmado por Jesus Cristo no Novo Testamento (Mt. 23:23). Muitos crentes pensam que dar o dízimo é um complexo legalista. “É coisa da lei, e Cristo nos livrou da lei; portanto não precisamos dar o dízimo”. Outros se orientam pelo versículo de 1Co 16:2, para dar “conforme a prosperidade”. E como pensam que Deus não os fez prosperar muito, estão dando nas mesmas proporções, isto é, muito pouco.
Leia outra vez: (Ml 3:10; Pv 3:9-10; Hb 11:6). Quando Deus está dirigindo nossas finanças, os princípios das ciências econômicas nem sempre se aplicam. Há dois princípios bíblicos que são correlatos: dar e receber. Quem dá com generosidade (Lc 6:38) acaba tendo um retorno importante, portanto recebe. Então é possível uma pessoa dar de seus bens, e prosperar ainda mais, como também é possível apegar-se às coisas e acabar perdendo, como consequência disso (Pv 11:24-25; 2Co 9:6). Mas, ainda que não receba nesta terra, diz a palavra que devemos servir aos santos (Hb 6:10), ajudar aos da família da fé (Gl 6:10), e que ajuntemos tesouros no céu ( Mt 6:19-20), que são investimentos eternos.

Como abençoar outros com o meu dinheiro?
Doando a necessitados ou causas sociais
Já vimos na aula anterior um pouco sobre a quem ajudar.  Como vivemos em comunidade, e detentores do mesmo amor que Deus nos amou e infundiu em seus filhos, não dá pra ficarmos alheios aos problemas sociais que vemos todos os dias.  Por isso, nossa ajuda é parte do exercício amoroso da misericórdia.
As causas sociais mais mencionadas na Bíblia destacavam as viúvas, os órfãos, os deficientes e os presos, principalmente.  Hoje, neste mundo tão complexo, nossa comunhão com Deus, não nos deixa ficar insensíveis com tantas necessidades sociais que saltam aos nossos olhos. 

Neste sentido, é bom orar e pedir a Deus que nos oriente e dê sabedoria para fazer o bem, seja porque Ele coloca alguém em nossa frente que precisa de ajuda, ou quando escolhemos para contribuir com uma entidade séria que, com sua capacidade profissional, está mais habilitada do que nós para atender pessoas marginalizadas ou carentes. (Rm 12:13)
Ajudando pessoas com empréstimo
É pecado cobrar juros quando emprestamos dinheiro?
Emprestar dinheiro para ajudar parentes, amigos, irmãos na fé, pode ser um instrumento de benção para resolver problemas que, sem seu socorro, a pessoa ficaria em dificuldade ou ameaçada de algum prejuízo (cf. Dt 28:12). Neste caso vale lembrar as orientações bíblicas  de não emprestar com usura, ou seja, juros exagerados, extorsivos. (Sl 15:5), pois:
“Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.” (Mt 5:42; cf, Pv 19:10; Sl 37:26)
O que aumenta os seus bens com juros e ganância, ajunta-os para o que se compadece do pobre”. (Pv 28:8)
“A  teu irmão não emprestarás com juros”. (Dt 23:19-20; cf. Ex 22:25)


Hoje em dia é comum emprestar dinheiro com algum juro, como pequena remuneração do capital e outra parte para cobrir a perda decorrente da desvalorização causada pela inflação, o que não configura ganância ou usura nos termos bíblicos.
 
Emprestar o cartão de crédito é uma forma de ajudar?


Nunca entregue seu cartão de crédito e sua senha para ninguém, a não ser sua esposa ou marido. Uma senhora emprestou o cartão e a senha a uma filha casada para comprar um produto que custava cerca de 200 reais. Ela e o marido (que era usuário de drogas), num só dia, gastaram cerca de 20 mil reais no cartão, o que desorganizou a vida financeira dessa mulher, que acabou precisando de ajuda de outros parentes para ficar livre dessa dívida. 
Se você pretende ajudar alguém a comprar alguma coisa no seu cartão, do tipo “em cinco vezes sem juros”, vá com a pessoa, faça a compra e, pessoalmente, passe o seu cartão. Saiba, no entanto que, se a pessoa que está ajudando não lhe pagar as mensalidades assumidas, você é que terá de cobrir o seu cartão. Se não o fizer é como se estivesse pedindo um empréstimo para a empresa do cartão, o que não seria aconselhável pelos altíssimos juros que cobram.


Como devo agir quando for solicitado para ser fiador?
“Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que evita a fiança estará seguro.” (Pv 11:15)


Fiador ou avalista são praticamente sinônimos, que significam uma pessoa assumir a responsabilidade solidária por um compromisso financeiro de outra pessoa.  Avalizar um empréstimo num Banco ou ser fiador do aluguel de uma casa são exemplos de garantias exigidas pelos Bancos e Imobiliárias, além de outros.
Se a inadimplência do responsável acontecer, os valores poderão ser altos, recaindo sobre o avalista ou fiador a responsabilidade pelo pagamento. Você poderá estar completamente desprevenido para realizar o pagamento, o que poderá levá-lo a endividar-se por isso.
Muitas vezes podemos ser chamados a essa ajuda e solidariedade. O melhor é evitar esse tipo de risco com pessoas em quem não se possa confiar. No caso de fiança há a alternativa de depositar o valor da fiança que, após o término do contrato, é devolvido ao fiador. (Voltaremos a este assunto posteriormente)
Amém!!!
Davi F. Barros

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