LIÇÃO 05 - CUIDADOS COM O ENDIVIDAMENTO


O CRISTÃO E O DINHEIRO
Orientações à luz da palavra de Deus

Lição Nº 05
CUIDADOS COM O ENDIVIDAMENTO


Por que não devo pedir dinheiro emprestado?
Muito embora a recomendação bíblica de não dever nada a ninguém, na vida moderna nem sempre é possível tocar a vida sem algum tipo de financiamento ou empréstimo. Tomar dinheiro emprestado não é o problema. Falhar no seu pagamento sim. Por isto a Bíblia proíbe emprestar—“O ímpio toma emprestado, e não paga...” diz o Salmo 37:21.


Tomar dinheiro emprestado é sempre mais fácil do que pagar o empréstimo (Rm 13:8). Suponha, por exemplo, que você utilize o cartão de crédito para levar sua família em viagem de férias, ou para comprar um novíssimo equipamento eletrônico. Em princípio você acha que pode gastar isso porque as prestações não são altas, mas se esquece dos juros que acumulam e tornam o valor final muito alto, dificultando quitar essa dívida e prejudicando seus planos de longo prazo.
Comprar a crédito é o mesmo que tomar dinheiro emprestado?
Evidentemente que é. Vale lembrar que a orientação bíblica é de não fazer dívida:
   “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor...” (Rm 13:8)
Esta sábia orientação tem seu sentido,  pois quando você deve dinheiro para alguém ou uma organização, acaba, de certa forma, escravizado por essa obrigação, que sempre estará em sua mente. (cf. 1Co 7:21,23).
   “...o que toma emprestado é servo do que empresta.” (Pv 22:7)
Isto produz pressão psicológica, insegurança na pessoa e família (1Tm 5:8), criando, muitas vezes, um cenário que impede a Deus de fluir bênçãos sobre sua vida (2Co 9:10-11; Ef 3:20), ou que Ele possa guardar você daquilo que não precisa (Is 55:8-9). As dívidas, por nos aprisionarem, acabam dificultando os planejamentos para o futuro (Tg 4:13-17).
Lembre-se que o Senhor prometeu suprir as necessidades do justo, não o seu luxo (Mt 6:33; Fp 4:19), e que o Senhor tem caminhos que não precisam ser os mesmos impostos pela sociedade de consumo (Is 55:8-9).

Quando é aceitável comprar a crédito, em prestações?
Em primeiro lugar, nunca use crédito para despesas de consumo, que são os gastos de dinheiro para a sua subsistência e de sua família, como alimentos, transporte, aluguel de moradia, passeios, restaurantes, roupas, acessórios pessoais, medicamentos, etc.
Pior ainda, quando você só raciocina nas prestações, aparentemente possíveis de pagar, mas quando percebe já acumulou tantas compras a prestação, em carnês ou no cartão de crédito, que acaba se descobrindo completamente enrolado nas dívidas, prejudicando seu fluxo de caixa e desorganizando seus planos financeiros.
Mais aceitável é a compra a crédito, de um bem durável, como um televisor, um notebook, uma geladeira, etc. A melhor opção é o financiamento pela própria loja, no seu cartão de crédito.
Neste caso, procure manter as prestações dentro do limite de 30% dos seus rendimentos mensais líquidos. Caso tenha reserva financeira (em poupança ou outro tipo de aplicação bancária), o ideal é tirar desta aplicação e comprar à vista, negociando desconto, pois os juros que você recebe em sua aplicação no Banco costumam ser inferiores aos juros cobrados pela loja para parcelar sua compra. Aliás, os vendedores das lojas costumam dizer que “é em tantos pagamentos sem juros”, mas, na verdade, há juros embutidos. Seja esperto e negocie.
Lembre-se: as prestações e dívidas, quando não dosadas por seu planejamento, podem levá-lo à situação de “escravidão financeira”, e afastá-lo do caminho que Deus queria para você.

Ser fiador é se tornar um devedor?
Já vimos, na lição nº 3, um pouco sobre a questão de ser fiador. Ser fiador é dar garantia para obrigação financeira de outra pessoa. Isto é o mesmo que assumir a dívida dela caso não pague. A desvantagem é que esta surpresa, na maioria das vezes, pode cair no seu colo quando menos espera. Leia as passagens bíblicas indicadas e verá que o melhor é evitar essa situação, a não ser que seja absolutamente indispensável. (Pv 6:1-5; 11:15; 17:18; 20:16; 22:26-27; 27:13)
I – Comparações – Como é o fiador?
  • Como a gazela na mão do caçador. (Pv 6:5)
  • Como a ave na mão do passarinheiro. (Pv 6:5)
  • Como quem não tem juízo. (Pv 17:18)
II – Consequências para quem é fiador:
  • Está numa rede, e preso. (Pv 6:2)
  • Sofrerá males. (Pv 11:15)
  • Poderá perder a sua cama. (Pv 22:26-27)
  • Poderá perder até a roupa. (Pv 20:16; 27:13)
  • Para quem não é fiador:
III – Conselhos:
  • “Não estejas entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dívidas”. (Pv 22:26)
  •  “Se és fiador, vai e importuna o amigo ou estranho, não deixes dormir, até que te livres.” (Pv 6:3-4)
  • “Tenha juízo, não seja fiador”. (Pv 17:18)
  • “Na tua fuga de o ser, há segurança”. (Pv 11:15)
Por estas considerações, tudo o que se diz sobre um fiador, pode ser dito também com relação a um devedor, pois “fiador” é quem assume dívida de outrem.

Existe um limite saudável de endividamento?
Na vida moderna endividamento inteligente é aquele que, estrategicamente, fazemos para melhorar ou ampliar nosso patrimônio no longo prazo, tendo algum benefício no curto prazo, ou mesmo para incrementar um negócio próprio, quando não somos assalariados.
Mesmo assim, é importante que tenhamos um limite saudável quanto ao valor do parcelamento dessa dívida, de modo a não colocar em risco suas necessidades vitais de consumo.
Se você, assalariado ou empreendedor, tem clareza de quanto é sua entrada mensal líquida, procure não onerar seu orçamento mensal em mais do que 30% para pagar dívidas. Isto lhe garantirá que 70% serão utilizados nos demais itens do seu orçamento mensal, que inclui o consumo de bens essenciais do dia-a-dia.

Estou enrolado, como conseguir ajuda?
Se você chegou a um nível de dívidas que não consegue sozinho enxergar a solução, procure ajuda antes que seja tarde demais.
Uma pessoa entendida no assunto, de sua confiança, pode identificar os problemas e ajudar a pensar em soluções que funcionarão em sua família.
Mas é bom estar preparado porque qualquer solução, frequentemente, significa mudanças, que poderão ser duras e difíceis de encarar.
Acima de tudo, ouça o que Deus possa estar dizendo a você através dessa situação financeira.  Dinheiro pode ser causa de separação em muitos casais, mas também pode uni-los de forma mais profunda quando ambos confiam em Deus e buscam seguir o plano Dele.

Como Ficar Livre de Dívidas?
Premissa importante: Evitar dívidas é manter as finanças na perspectiva correta.
O endividamento não apenas impede as pessoas de servirem a Deus, mas também as aflige. A dívida também é um fator de desânimo e divide a família (o casal).
O marido, por exemplo, chega do trabalho e a esposa não fez o jantar. Ela quer jantar fora. Mas ele retruca: “Não podemos fazer despesas”. Será que você não compreende isso? – E ela responde: “Não! A gente nunca pode jantar fora, mas você bem que pode ir aos estádios assistir jogos, não é mesmo?” E começa a chorar.
Saiba que nós podemos nos poupar das aflições, desânimos, divisão e impedimentos que as dívidas acarretam. Quando contraímos dívidas, uma grande parte do dinheiro que ganhamos é gasto em juros e outras despesas. Acabamos pagando mais e recebendo menos.
Não há dúvida que pagar dívidas pode ser um longo e difícil processo que exigirá sacrifícios. Se você está enrolado os passos a seguir são estes: 
  1. Pense no que o levou a essa situação de dívidas acumuladas e mude o estilo de vida.
  2. Pare de fazer novas dívidas. O veneno do cartão de crédito, o empréstimo consignado, o cheque especial, etc.
  3. Relacione suas dívidas de modo que saiba o seu montante.
  4. Fixe um plano de pagamento, ou renegociação com os credores, de modo a permitir esse plano de pagamento no seu orçamento mensal.
  5. Mantenha-se confiável para os outros, o que significa manter-se fiel ao plano e em dia com as prestações negociadas.
Para os assalariados vale lembrar que um sacrifício necessário para pagar dívidas pode ser a utilização do 13º Salário ou suprimir itens costumeiros de despesa, que não sejam essenciais, etc.

Quais as vantagens de comprar à vista?
Evite o comprar a crédito e não permita que se torne um vício gerado pelo consumismo, impedindo a Deus de prover sua vida pelos Seus caminhos. Coloque para você mesmo a regra geral de comprar somente à vista. A provisão financeira de Deus indicará a importância e o tempo de cada aquisição. Lembre-se de que Deus pode prover, diminuindo as contas ou aumentando a renda. Tenha paciência e saiba esperar (Ec 3:1).
As principais vantagens de comprar à vista são:
  • Você não gera dívida, pois esta poderá trazer complicação financeira no futuro.
  • O produto sai mais barato porque você consegue negociar desconto.
  • Você economiza, ainda, os juros que pagaria num financiamento.
Por falar em juros, lembre-se que ao ficar livre deles favorece o seu orçamento, livrando-o de uma despesa adicional. O problema é saber esperar o momento certo para comprar algo desejado.
A Bíblia nos ensina que há tempo para todo propósito debaixo do céu (Ec 3:1), inclusive a hora certa para comprar o que é certo, e de maneira certa.
Neste sentido, é preciso ter domínio próprio (fruto do Espírito) também quanto às compras, isso porque muitas vezes elas são feitas sob o impacto do momento da propaganda, sem a avaliação da real necessidade, sem a genuína convicção da autorização divina, e muitas vezes, fora da hora certa. Ao fazer uma compra na hora errada, criando dívida que poderá não dar conta, compreenda que coloca em risco o seu nome e o nome do Senhor que lhe adotou como filho.

Davi F. Barros

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